domingo, 7 de fevereiro de 2021

Ilusão

 

O reflexo te fascina

Te prende à beira do rio

Minha voz continuar a ecoar ao teu redor

 

Um som baixo, agradável

As vibrações emitidas no ar balançam teu cabelo

Te fazem bem, te preenchem

Te nutrem

 

Um espelho perfeito

Imobiliza

Cada falha que procura é sublimada pela admiração

 

O vento traz umas gotículas

Orvalho talvez?

O som mesmerizante

Lindo, continuo e constante

 

É uma canção

Cuja voz fraqueja

As gotas se tornam chuva

Você se deleita

 

Um grito de desespero

A voz dissipa, a chuva passa, o vento para

Espelho muda, mostra a rachadura

Te revela

 

Teu alimento acabou, Narciso

Teu ego tem fome

E você está só

2 comentários:

  1. "É uma canção

    Cuja voz fraqueja"

    Eu fiquei pensando na força e na vulnerabilidade do seu poema, mais precisamente desses dois versos. De algum modo, eles me remeteram às forças das grandes árvores, que conversam com o farfalhar das folhas, em um sussurro quase silencioso. Seria esse sussurro uma voz que fraqueja?

    Acho que fui longe!
    Mas é porque achei bonito demais. :)

    Um beijo,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelas palavras, Fê. Dei muito de mim nesse texto.
      Acho que fraqueja por que insistiu em se fazer ouvir, mas percebia que não ia adiantar...

      Grande Beijo

      Excluir

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